Eu sempre amei escrever. Até o momento que não amei mais.
Como toda história de amor, não foi algo que aconteceu de repente. Tivemos uma série de desencontros, cobranças, desentendimentos e, claro, nossa cota de decepções.
Não que eu tenha deixado de escrever nos últimos anos, afinal, eu vivo disso. É meu trabalho, o que serve de base para minhas aulas e o produto final que entrego a cada projeto, para cada cliente.
Mas aquela escrita que é minha, que me conecta a você por telepatia, como diz Stephen King, essa tem estado distante há algum tempo.
Não posso dizer que houve um rompimento definitivo, ainda mais com recaídas tão frequentes. O que me levou a pensar se eu realmente estava pronta para abrir mão deste amor e dizer adeus. E a resposta foi não.
Para seguir em frente, entretanto, sinto que preciso ressignificar este amor. Estabelecer limites para este relacionamento. Olhar para trás e aprender com tudo que vivemos até aqui, a escrita e eu. Entender para onde vamos daqui em diante.
Porque escrever é parte de mim, de quem sou e de quem quero ser. Nos meus termos.
**Foto: (Arquivo Pessoal/Amanda de Almeida)