Conforme chega o fim de um ano e o começo do outro, surgem também as tais resoluções de ano novo. Não sou muito chegada a elas, até porque das poucas que fiz ao longo de minha vida, acredito que não cumpri nenhuma.
Meu modo de pensar também mudou ao longo do tempo.
Basicamente, nós tomamos decisões todos os dias, sobre tudo o que se possa imaginar. Desde a que horas vamos acordar, se vamos ou não apertar o botão “soneca”, ir ou não para a academia, o que vamos vestir, o que vamos comer, qual o melhor caminho para o trabalho, se vamos subir de escada ou elevador… E o dia nem bem começou.
Cada decisão leva a uma nova dúvida, que pede uma nova decisão, que gera uma nova dúvida… E daí vivemos nesse ciclo de dúvida-decisão-dúvida…
Talvez seja por isso que as pessoas prefiram deixar as grandes decisões para uma data mais emblemática, como é a virada do ano. E como ainda tem aquela sensação de que tudo é renovável após a meia-noite do dia 31 de dezembro, então as resoluções-promessas-decisões também são. Se não deu nesse ano, fica para o próximo, pensamos, enquanto a conta vai aumentando.
Mas, vamos ser honestos: será que você realmente quer esperar até o dia 1º de janeiro para colocar em prática algo que você decidiu que realmente é importante?
Durante toda a minha vida, ouvi minha avó repetir uma frase que é uma espécie de mantra antiprocrastinação: não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Que dirá, então, deixar para um 1º de janeiro qualquer o que você já poderia ter começado hoje, ontem, há semanas.
Isso sem contar o fator pressão.
Toda vez que a gente coloca em prática uma decisão importante – especialmente se a gente já tentou e fracassou antes – a pressão é enorme. Tem que dar certo e pronto. Com isso em mente, se a gente tropeça e cai, não sabemos como levantar. E daí decidimos ficar ali, estatelados no chão (quem sabe até o próximo 1º de janeiro?!).
Não sei como é para você, mas para mim é muito difícil lidar com o fracasso, não importa o tamanho dele ou a que ele esteja relacionado. Já está tão enraizado na gente que precisamos dar certo, que simplesmente não sabemos o que fazer quando dá errado. Perdemos o chão.
Recentemente, eu aprendi que eu preciso, antes de aprender a lidar com o sucesso, aceitar e aprender com o fracasso. Não é fácil e por enquanto isso é apenas uma teoria, que ainda não consegui aplicar na prática. Mas estou tentando, não desde 1º de janeiro, mas já há algum tempo.
No final, é isso. A gente tem tanta coisa para decidir, aprender, transformar. Melhor começar o quanto antes.
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